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Experimentalismo, cultura popular e respeito
A terceira noite do Conexão Vivo 2009 teve como principal característica o respeito do público a trabalhos experimentais.
Conexão Vivo Por Agência MN Fabian Chacur
As pessoas nem sempre reagem de forma positiva a manifestações culturais que não façam parte do seu dia a dia. Vaias e outras formas não muito recomendáveis de ação costumam ocorrer, quando artistas se propõem a mostrar obras nas quais desafiem o coro dos contentes, como diria a música Let’s Play That, de Jards Macalé, e o preço acaba sendo alto, especialmente em eventos ao ar livre e de grande porte. Felizmente, a platéia presente na noite de domingo ao Parque Municipal de Belo Horizonte conferir a terceira etapa desta edição de Conexão Vivo chegou de espírito aberto, e soube respeitar a postura daqueles que optam pela inovação e pelos formatos diferenciados.
A programação teve início com a performance do grupo carioca Blefe, que investe em canções próprias e também em novas roupagens para canções de MPB e pop rock nacional. Passou no teste. A seguir, veio Ito Moreno, conhecido por seu trabalho que mistura de forma muito interessante coco, forró, baião e diversas outras vertentes da música brasileira. Oriundo de Bacaúbas, na Bahia, e radicado em São Paulo, ele canta e toca violão com desenvoltura, e contou com o apoio de um baixista e de duas percussionistas, sendo que estas duas se tornaram personagens da noite (leia matéria sobre elas).
A cultura popular brasileira, especialmente a mineira e a nordestina, marcaram a performance de Carlos Farias, que teve como convidadas as sete integrantes do grupo folclórico Lavadeiras de Almenara do Vale do Jequitinhonha, que cativaram a todos com sua simplicidade, simpatia e vocalizações peculiares e características. A cantora e compositora paraibana Socorro Lira também participou do show, em um espetáculo que primou pelo resgate e culto às tradições de uma das culturas mais ricas do Brasil e do mundo.
Após a performance arrasadora do grupo paulistano Sandália de Prata (leia matéria sobre o grupo), coube ao irrequieto mostrar-se um digno seguidor de pioneiros do experimentalismo brasileiro como Hermeto Pascoal e Naná Vasconcellos, só que do seu jeito. Ele tira sons de instrumentos atípicos, incluindo até mesmo enxadas, e a parceria que fez com seu convidado, o produtor musical e multiinstrumentista paraibano Chico Correa ajudou a ampliar os horizontes de sua música, gerando um som que conseguia ser exótico, viajante e dançante.
Tente imaginar uma mistura de rave, música folclórica, experimentalismo atonal e música pop, e você terá uma idéia, mas não exatamente o som de Babilak Bah. Uma figura ímpar, que arrancou aplausos do público, cujos pedidos de bis no final foram atendidos com entusiasmo pelos músicos. Nota: Chico Correa tocou vestindo uma bela camiseta com detalhes da bandeira de seu estado natal.
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